Ruffus havia saído cedo de casa, sempre deixava seu cão preso neste pedaço de couro que o tio Serafim havia feito para ele quando soube que o irmão ia presentear no sétimo aniversário de seu sobrinho. Ruffus dava um nó bem forte mas folgado o suficiente para não machucar, o bicho sabia que não ia cortar de jeito nenhum, e descansava enquanto o dono saía para alguma coisa. Ao voltar, Capito sabia que ia correr, cagar, destruir, pular e sujar tanto quanto pudesse, até ser preso de novo. Seu dono era bem incisivo ao querer algumas coisas, principalmente a liberdade de seu animal de estimação.Depois de horas a fio esperando um veterinário, decidiu sacrificar o animal. Era dor demais para esperar tanto tempo. O bicho parecia até falar "me tira daqui", "não aguento mais", "por favor"... Uns dois dias depois aparece um senhor, bem distinto, cheirando a rosas com uma maleta na mão. Era o veterinário pedindo desculpas por não ter vindo antes, estava ocupado com o parto de uma mula e por isso se atrasou. Perguntou onde estava o cão. O garoto foi aos fundos da casa, amarrou a tira de couro nos punhos de ossos e pele e voltou a sala. Foi um dos melhores socos que já deu na sua vida.