quinta-feira

MERDA SENHOR

Era uma sexta feira e já estava com passagem comprada para Bigville, a fim de visitar a família. Parou no primeiro pardieiro onde sentiu cheiro de comida e pediu a refeição do dia. Eram quase quatro horas da tarde e ainda não tinha almoçado. Para sua sorte, porque vai ter um karma ruim assim no quinto dos Inferno, a casa não estava mais servindo almoço:
- Tragam-me as sobras, qualquer coisa de comer!
Ninguém iria negar o pedido do glutão, afinal de contas, ele era grande e não aparentava lá muita paciência. Melhor não perder o cliente e nem ele queria perder a viagem.
Finalmente chega a sua mesa um prato com metade batatas cozidas, outra uns restos de frango, carne seca e arroz cheio de legumes.
- Que comida de maricas! Tem pra homem não?
Puto da vida, investe na farinha e mistura aquilo tudo com osso do frango e tudo e come de colher. A cerveja estava quente mas resolveu não reclamar. Por menos que isso já tinha quebrado um bar, mas a pressa era maior que sua raiva.
Não deixou gorjeta e catou suas tralhas no lombo e foi para a Estação de Trem ali perto. No meio do caminho sentiu a pontada. Teria sido muita pimenta? Tinha digestão rápida, era de hábito ir dar uma barrigada logo depois que comia, mas no que comeu correndo e encheu o cu de birita enquanto a comida não chegava nem deu bola. A segunda pontada foi mais forte. Ignorou solememente. Na terceira já sentido o rabo do macaco para fora começou procurar um arbusto ou lugar mais aprazível para soltar aquele barro maldito.
Faltavam uns dez minutos para o trem sair, ainda dava tempo. Conseguiu um sanitário decente na Estação, que para variar, estava ocupado.
- Demorar aí?
- Tem gente filha da puta!
Foi para o próximo reservado e o aspecto do ambiente não era dos melhores, além da falta de papel. Não pensou duas vezes e pegou o bilhete que comprara na véspera. Ia ficar merda na ponta dos dedos mesmo mas pelo menos a cueca ia se salvar do pior. Eis que a encomenda demorou a sair e o apito do trem tocava freneticamente. Suou mais um bocado e finalmente saiu um bom resultado.
Bilhete cagado, calças sujas e um senhor de cabelos grisalhos na porta de um dos vagões já ia entrando quando Ruffus lhe chama atenção:
- Segura essa merda!